Levaram todo o leitão, e agora os governantes dos estados produtores de petróleo disputam o torresmo. É dessa forma que vejo o alvoroço sobre as novas propostas de distribuição dos royalties, enquanto permanecem os “leilões” amparados pela entreguista Lei do Petróleo, promulgada no governo Fernando Henrique Cardoso. Até o acidente no Golfo do México, envolvendo a privada exploradora de petróleo, a inglesa British Petroleum (BP), desapareceu da mídia, que de olho nas polpudas verbas públicas de publicidade, só mostra o torresmo, ou melhor, os royalties que nem pururucado foi.
A questão da distribuição dos royalties não pode ficar restrita somente aos fragmentos de Éden deste roubado Brasil. Alguém se lembra dos gastos da prefeitura do município de Presidente Kennedy? Naquele pedaço do Espírito Santo, além do petróleo, encontra-se também um dos piores Índices de Desenvolvimento Humano do país. Lá também consumiram milhões em jardins ao som da banda Calipso. E alguém duvida que em Macaé foi diferente? É o torresmo.
O crime maior dos chorões governadores é não ter a coragem nacionalista de abordar com o governo federal e os parlamentares dos estados que representam, a famigerada e “inrevogável” lei, que “legaliza” empresas estrangeiras se apropriarem de nossas riquezas. À época de sua criação, o ainda não presidente Lula, com sua até então eterna oposição, teimava em manter o eco nacionalista: “O petróleo é nosso!”. Lula assume a presidência com maioria absoluta na câmara e no senado, e mesmo reeleito esqueceu até da Vale.
Acredito que o petróleo e outras riquezas naturais devem ser considerados patrimônios nacionais. Portanto, os royalties devem ser distribuídos de forma a se evitar que num futuro nem tão distante, estados produtores não levantem fronteiras, deixando de fora os famintos nativos de um país que teima em aplicar políticas segregadoras na distribuição de suas riquezas.
Sim. Há que se resguardar os estados produtores com relação aos acidentes, principalmente os ambientais. Contudo, e a BP? Fosse a Petrobrás (com acento mesmo) que evitou tragédia semelhante com o afundamento da P-36, estaríamos vendo e ouvindo manifestações para a privatização, e não o chororo dos royalties, que mais parece com o som do torresmo em erupção na panela.
Se o contribuinte eleitor aprofundar o olhar sobre o tema, sem se deixar contaminar pelo esperneio de fim de mandato, enxergará que só resta aos governantes de fim de carreira é chorar pelo torresmo. Se ao menos o leitão estivesse no rolete.
3 comentários:
Fernado,
Este leitão também pode ser um "bode" ?
Zé Roberto
Parabéns Fernando!!!
Vou encaminhar este texto pro Movimento Estudantil...
Tadeu 50.123 - PSOL
Manda ver. Precisamos nos elevar para enxergar a vista do terraço. Não podemos permanacer ecoantes sem voz dessa mídia prostituta.
Saudações libertárias,
La Mancha
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