O Brasil passa por tempos
sombrios. De um lado um povo dividido entre coxinhas e pães com mortadela; em
ambos os grupos a maioria vai seguindo feito boiada em estouro a cada intervalo
plim-plim em direção ao abismo da estupidez sem identificar os motivos da
divisão plantada nos meios de comunicações; do outro lado, uma dúzia de
inimigos, vendilhões das garantias de gerações porvir. Uma quadrilha de traidores,
que zomba, escarra e sabota um povo dividido; por isso que eles, os patifes
parecem um exército. Traidores que passaram os últimos 15 anos hibernando a
trama de sequestro do poder, para transforma este gigante Brasil em mero quintal
dos vampiros estrangeiros, arquitetando, primeiramente, a divisão do povo.
Queer Museu Santander |
Que fenômeno é esse? Uma
simples exposição de arte vira batalha campal, aumentando a separação de
brasileiros, como se não bastassem as duplas cidadanias, considerando, que
sequer, a maioria consegue exercer plenamente uma cidadania. Povo que se fixa
na devastação do furacão Irma, lá no extremo do continente, mas que não se dá
conta do desmonte de empresas e das devastações de recursos naturais
estratégicos incluso na ordem do dia pelos vendilhões traidores da Pátria, muito
antes do golpe que tombou a democracia brasileira. Enquanto o povo estupidamente
se digladia em situações, em que maioria dos conflitos diz respeito a foro
íntimo, ao direito às individualidades, por exemplo à arte e a cultura, eles,
os traidores, infiltrados nas estruturas de poder desfilam malas que sequer
fecham de tanto dinheiro roubado, enquanto o povo, a vítima da patifaria, faz
piada de sua tragédia.
A letargia é tamanha, que o
povo em vez de sair às ruas, faz até aposta de quem será o ministro sorteado
pela Suprema Corte para relatar processos escabrosos; como se adivinhando o
resultado, colocando em dúvida a lisura sobre o Poder que deveria ser anteparo
da esperança daqueles com fome e sede de justiça, em especial os mais humildes,
os sem tostões, que estupefatos veem em liberdade os que roubam milhões.
Milhões da merenda de crianças, da saúde, da educação, enquanto que o Zé, o das couves, aquele
que furtou a bicicleta sem freio foi assassinado na rebelião.
Indios flecheiros |
Que calmante é esse que faz um
povo criativo tornar-se apático a crueza da realidade? Informações de dizimo de
uma comunidade de índios isolados sequer são abordadas no bate-papos digitais,
mas todos inflam os pulmões para dizer que são a favor da defesa da Amazônia;
tanto coxinhas como pães com mortadela. É possível que muitos brasileiros
sequer saibam do extermínio dos índios flecheiros. Interessante é que
argumentam a defesa da Amazônia, no caso da RENCA, sem fazer reflexão de
minerais estratégicos à Nação. Foram anos e anos de pesquisas; estas, podemos
acreditar, com tudo catalogado; e agora segue à rapinagem estrangeira.
Curumim |
As vezes fico buscando em meus
monólogos com perguntas e respostas melhor compreensão desses sombrios tempos
que estamos passando, desse Brasil ao avesso, o qual reforça a reflexão de Ruy
Barbosa: "De tanto ver triunfar as nulidades, de
tanto ver prosperar a desonra, de tanto ver crescer a injustiça, de tanto ver
agigantarem-se os poderes nas mãos dos maus, o homem chega a desanimar da
virtude, a rir-se da honra, a ter vergonha de ser honesto.".
O que de fato passa na cabeça do povo brasileiro, que o deixa anestésico à
realidade? Como a retórica religiosa raivosa, a qual percebe-se, está nos
levando a condições fundamentalista, vem fincando raízes na outrora diversidade
religiosa, afinal, aqui é Brasil, caldeirão de raças, culturas, religiões e
crenças? Como? Olhamos a vizinha Venezuela pela janela do sistema que nos
devora, mas sequer olhamos o Brasil, nosso chão.
Tem momentos que seria
interessante e até saudável, ver o povo orbitando no umbigo coletivo, porém,
claro, respeitando as individualidades. Afinal até gêmeos são diferentes.
Um comentário:
Muito rico o artigo Fernando, "o povo sente vergonha de ser honesto" justamente por isso muitos se curvam a corrupção e a desonestidade. Muito bem observado!!
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