Relatório divulgado pela ONU, entre dezesseis países localizados na África, América
Latina e Ásia, figura o Brasil como o país que mais reduziu o desmatamento e a
emissão de gases causadores do efeito estufa. Será? Embora o relatório aborde
políticas públicas de preservação adotadas a partir da segunda metade da década
de 90, por meio de criação de áreas de proteção ambiental e as moratórias
acordadas com empresas privadas sobre a compra de soja e de carne bovina em
áreas desmatadas, penso, que só terá crédito um relatório desses quando o
Brasil apresentar paisagem lunar, ou seja, sem nem mais uma árvore para
derrubar.
A pesquisa destaca ainda o
importante papel desempenhado pelas reservas indígenas na conservação da
Floresta Amazônica. Como? Se nos últimos anos a política indigenista aplicada é
de causar inveja a Francisco Pizarro? Será que o relatório fala mesmo do Brasil
e de sua política que ignora a causa indígena e ambiental em detrimento do
agronegócio que financia esta “democra$$ia” de poucos? Por exemplo, a cegueira
política com relação à produção de grãos transgênicos e a substituição das
florestas de montanhas, a qual garante a retenção da água da chuva alimentando
o lençol freático, por contiguas e sedentas plantações de eucalipto.
Desconhecendo o papel de
“provocação” do Ministério Público, o Relatório põe holofotes na ação de
promotores públicos, pondo o MP como “um braço independente do governo,
separado dos Poderes Executivo e Legislativo, e com poderes para processar os
responsáveis pelas violações das leis”. Ora, quem processa é o judiciário, e
esse, pelo que temos observado, pelo menos na questão da construção da Usina
Belo Monte, esta às favas com o meio ambiente e a causa indígena.
O Relatório se auto
contradiz quando aborda o Brasil que conhecemos, destacando duas mudanças
ocorridas em 2013: as Emendas ao “Novo” Código Florestal Brasileiro que traz
anistia aos desmatamentos anteriores, e o aumento de 28% na taxa de
desmatamento com relação à 2013/2012, comparando com 2011/2012.
A realidade do ambiente
brasileiro, infelizmente, encontra-se anos luz distante da felicidade do
conteúdo nas folhas brancas da ONU que aguardam pelo amarelar do tempo.
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