Tempos
estranhos esses que vivemos. Manipularam todo o cenário midiático, jurídico e
parlamentar do golpe, e sequestraram a democracia, para a qual muitos pagaram
com a própria vida para conquistá-la. Não cassaram a Dilma Roussef, mas a
democracia. Jogaram na latrina da conspiração 54 milhões de votos com a farsa
das pedaladas fiscais. Pedaladas essas, segundo manifestação do próprio
Ministério Público Federal, no caso da presidenta impitimada não caracterizada crime. E o resultado está aí: o desmonte do Brasil, até então soberano, e a corrupção
como todos sabem não acabou, pelo contrário, parece que a fermentaram. Um
exemplo de que a corrupção continua mais viva do que nunca, foi a recente
prisão dos amigos do presidente usurpador por conta de suposto favorecimento na
edição da MP dos Portos. Os amigos presos foram quase que instantaneamente postos
em liberdade; noticiam que o pedido de liberdade partiu da Procuradora Geral da
República, Raquel Dodge, com base de que as prisões cumpriram a finalidade.
Agora fica o povo aguardando pela terceira denúncia contra Michel Temer, mas a
certeza de que idêntica às outras não vai dar em nada é de desanimar, afinal, contra
fatos e provas, basta ter na mão a maioria dos deputados e deputadas. Mesmo
esses sendo alvos de investigações de mau uso do dinheiro público e outras
patifarias nada republicanas.
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Rio no deserto da Líbia |
O sequestro da
jovem democracia brasileira, teve aplausos não só aqui, mas de fora também,
muitos. Também pudera, os articuladores do golpe logo anunciaram que jogariam
na xepa do golpe as riquezas do Brasil. Portanto, chega-se fácil à conclusão de
que não houve um grande acordo nacional como se imagina, mas internacional. Empresas
e recursos estratégicos, como petróleo, nióbio, nosso parque hidrelétrico,
nossa Amazônia, o Aquífero Guarani, entre outras riquezas, todas fundamentais
para garantia de futuro do Brasil como Nação soberana foram e estão sendo
entregues à grandes empresas internacionais na liquidação pós-golpe. Cadê
aqueles países que defendem democracia em terras alheias; alguns tão defensores
que chegam a enviar militares para implantação ou restauração da democracia
mundo afora? Países como o Reino Unido, esse ainda respirando monarquia; os EUA
dos delegados que ignoram o desejo popular e que tanto desejaram a democracia
na Líbia e no Iraque; a França que até ontem era dona do Haiti, não se viu nenhuma
nota oficial desses países sobre o sequestro da jovem democracia brasileira. O
que se sabe é que pós derrubada dos governos da Líbia e do Iraque, empresas
desses países estão levando o petróleo, e endividando, principalmente o Iraque
e a Líbia, na reconstrução do que eles destruíram, na suja mentira de defesa
dos povos desses países; no caso da Líbia, estão também levando a água, que
prometia transformar o país no celeiro produtor de alimentação da África. No
caso do Haiti, o presidente eleito pelo povo deposto de pijama na madrugada.
O presidente Putin inspecionando armamento |
Mas aqui os
exploradores, aqueles que fazem do planeta Terra quintal não precisam enviar
tropas, realizar gastança descomunal no transporte de sua logística de guerra;
aqui há traidores infiltrados que usam caneta sob o silêncio quase cúmplice de
um povo ignorante que permitiu não só entrega do Brasil aos exploradores
internacionais, mas que também permitiu o sequestro à luz do dia da democracia.
Povo que anda sumido, talvez perdidos em templos e procissões. A corrupção
vomitada diuturnamente na mídia para sustentar o golpe, essa também
desapareceu, igual ao som de panelas batendo nas varandas, muitas gourmets. O
brado de “sou brasileiro com muito orgulho e amor”, esse também sumiu, embora
especialistas afirmam que ele retorna no Copa da Rússia, o país vermelho, mas
diferente do Brasil atual, nação respeitada.
Pois é. Este
ano, mais do que eleição teremos seleção brasileira. E o ópio futebol
monopolizará as discussões no pais da chuteira, enquanto se ignora o país no
presente, assassinando o futuro da Nação. Contudo, pela ausência de liderança, chego
a duvidar que tenhamos eleições; os golpistas manterão em cativeiro nossa jovem democracia,
estendendo a agonia de um país que retorna à secular condição de quintal dos
exploradores que aqui chegaram com a cruz e o canhão. Logo se abrirão mais centenas de igrejas, sim, claro, criam-se novos campeonatos no país da chuteira, e tudo bem. Mundo, o quintal é aqui! Entrem e sirvam se à vontade. Caso queiram podem temperar com o suor e o sangue do povo.
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